segunda-feira, 6 de outubro de 2008

7G Terceiro Conto: Inesperado

Trilha Sonora - 
Sufjan Stevens - seven swans

Ali sentados naquela espriguiçadeira branca, apreciando a vista do céu noturno, com algumas estrelas persistentes, e o brilo da sluzes da cidade distante junto do horizonte.
Ela ouvia a música triste que a fazia geralmente adormecer.
Ele estava ali fazia pouco tempo. O suficiente para esquentar a parte da em que estava sentado.
Ele não disse nada.
Não precisava.
O vento frio arrebateu o rosto dela, e seus cabelos voaram levemente.
Ele sentia o perfume dela.
E não se moviam.

Ele compartilhou com ela raros momentos, mas a companhia dele para ela se tornou importante de uma maneira sutil. Ela gostava de dizer que ele era seu amigo.
E ele aprendeu muito quando a conheceu.
Ela era uma das poucas pessoas que conversavam com ele.

Ela apreciava ficar sozinha, e quando ele a acompanhava nisso, ela não se incomodava.
Gostava do calor de suas mãos, do seu abraço, e do seu sorriso.
Pena que ele não sabia.
E ela achava melhor assim.
Sua solidão era necessária. 
E tê-lo por perto era só um incentivo para ficar sozinha.

O vento os arrebatou com seu toque frio mais uma vez, até que ele se levantou e saiu.

-=Sarah=-


domingo, 5 de outubro de 2008

7G Segundo Conto: Decisão

Trilha Sonora: Flyleaf - Cassie

A vida não era mais tão fácil e simples de se resolver como ele pensava. Já haviam se passado o tempo onde simplesmente deixar acontecer havia acabado.
Desta vez haviam escolhas. Escolhas difíceis que ele não queria fazer.
No seu ponto de vista, as coisas ficaram turvas quando o seu foco embaçou. Do ponto de vista alheio tudo andava muito bem.
E andou. por um tempo tudo esteve perfeitamente correto. Como ele jamais imaginaria que as coisas pudessem andar, tudo corria bem sem menores problemas ou complicações.
Até que o embaço se tornou o tipo de névoa que não se dissipa.
A única maneira de sair daquela névoa que lhe tirava de seu primeiro caminho, era trazer de volta a luz que uma vez queimava dentro de si.
A questão que mais o corroía era tentar descobrir por que a luz deixara de queimar.
O que havia mudado?
A pouco tempo tudo estava perfeitamente encaixado, todas as peças em seus espaços.
Até que uma chuva pesada molhou todas elas, grudando algumas e desfazendo outras.
O quebra-cabeças estava deformado, e a imagem principal havia se dissipado. Restava a ele fazer uma nova imagem. Sabendo a que a primeira não seria perfeita novamente.
E era essa certeza que o deixava com mais medo de por as peças velhas em novos lugares.
Era uma ousadia que ele não colecionara. Uma preocupação cujas conseqüências poderiam arrasá-lo.
Ele queria saber antes de tudo, que preço pagaria.
E o medo da verdade o assolava intensamente.
Ele sabia como sair da névoa.
Ele sabia, mas não queria acreditar, como entrou naquela névoa.
E ele desejou nunca ter percebido. Nem feito as coisas como fez.

Ele queria tentar sair de outra forma, sem fazer o que precisava ser feito, naquele momento ele queria resolver seus problemas de uma maneira menos... Sofrida.
E decidiu tentar.
Ele precisava tentar.
Precisava crescer um pouco mais. Quem sabe... Poderia aprender com aquela situação. E talvez nunca mais deixar ela se repetir.
Se nunca mais acontecesse...
Nunca mais?

Existe mesmo o nunca?
Nunca?

Ele queria sumir. Queria voltar desde o começo, queria mudar de lugar.
Queria ir embora, se resolvesse escolher a decisão mais dolorosa. Queria sofrer sozinho.
Naquele momento ele queria poder ser tão bom em esconder a si mesmo com um sorriso falso.
Ele queria poder esconder suas emoções e seus pensamentos de todos.
Queria ficar sozinho, mesmos que doesse, mesmo que fosse preciso.

Sua solidão seria sua cura.
E seu medo, era o vírus que o deixava doente.
Quanto tempo ele não teve para si mesmo?
Quanto dele ele gastou com todas as outras coisas que agora lhe eram tão inúteis?
Ele aprendera do jeito mais difícil.
Por precipitação?
Por teimosia?
Por esperar mais do que deveria?

Pagar o preço, ficando sozinho, ou aumentar sua dívida acompanhado?

-=Sarah=-