domingo, 14 de setembro de 2008

6G Décimo Conto: Confiança

Trilha Sonora:
Flyleaf - All around me

Ela não gostava.
Não gostava.

Pessoas se abrindo para ela como se ela emanasse uma áurea de ''confie em mim''.
Pessoas contavam seus segredos, lhes impunham condições, pediam seus conselhos.
Mesmo que um pouco de informação não matasse, ela não queria ter que lidar com os segredos de outras pessoas.
Justamente por que ela não pedia para ninguém ouví-la.
Ela passava por entre aquelas pessoas nomeando cada segredo que eles tinham.

Mas ela não gostava.
Não queria saber, não muito.
Não se importava.
Na verdade ela só queria que parassem de contar com ela para qualquer coisa.
Um dia ela pretendia dizer a todos, que de uma forma ou de outra, eles não lhe eram necessários. Mas isso seria muito cruel. Ela continuava não se importando.
E queria que eles notassem. Queria ser invisível. Mesmo que não fosse assim tão bom.

Ela já estava sozinha.
Mas ela queria estar só.

Por quê? Insistiam em se importar?
Ela sabia que era por que gostavam dela.
Mas ela se acostumou tanto em estar sozinha, que não compreendia a aproximação que eles tinham entre si.
Ela conseguia e gostava de não precisar de ninguém. Apreciava sua companhia, mas ninguém ali parecia conhecê-la tão bem.
Mas ela de fato não queria que a conhecessem.
Conhecer requer confiança, confiança que ela não dava a muitos.
Ela podia contar nos dedos em quais mãos ela colocaria sua vida.

Podia ver o dia que partiria todos os laços já construídos.
E já via os que destruiu.
E para a sua própria surpresa, ela não se importava.

Amizade é superestimada.

Sempre foi, sempre será.

-=Sarah=-

Um comentário:

Rodbox disse...

Olá Sarah! Só queria deixar meu recado, gosto do seus textos, lí boa parte deles e gosto! Obrigado por add em sua lista de blogs.